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Sinto-me cansado, vou tomar um multivitamínico!



Hidratos de carbono, proteína e gordura. A distribuição destes macronutrientes é, provavelmente, uma das primeiras coisas em que se pensa quando se quer seguir um estilo de vida e uma alimentação mais saudáveis.


Contudo, os micronutrientes (o conjunto de vitaminas e minerais essenciais para o funcionamento do organismo), não devem ser esquecidos, uma vez que têm, também, um lugar de relevo numa dieta saudável.


As vitaminas e os minerais são necessários em pequenas quantidades para manter uma boa saúde e prevenir doenças. No total existem 13 vitaminas e ainda diversos minerais. Todos estes compostos têm funções características e específicas no organismo.



Um multivitamínico não é nada mais do que um suplemento alimentar composto por uma variedade de vitaminas e minerais que pode existir na forma de cápsula, comprimido, pó, líquido e até mesmo na forma de goma.




De acordo com o Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física, realizado em 2015-2016, 26,6% da população nacional utilizava suplementos e, de entre essas pessoas, o multivitamínico era o tipo de suplemento mais utilizado em crianças, adolescentes e adultos.

Em 2020, durante a pandemia, a percentagem de pessoas que utilizaram suplementos disparou para um total de 41%. As principais razões apontadas pelos portugueses para a toma de suplementos foram o fortalecimento do sistema imunológico (61%), ter mais energia (60%) e restabelecer os níveis de vitaminas e minerais no organismo (52%).



Será que devemos tomar um multivitamínico?


De forma geral, se a alimentação for variada e equilibrada e se for possível atingir as necessidades energéticas, à partida, não será necessário suplementar. Isto porque os micronutrientes presentes nos multivitamínicos encontram-se um pouco por todos os grupos alimentares.

No entanto, podem existir casos específicos em que podem existir carências nutricionais e neste caso deve ser avaliado através de análises ao sangue.

Os multivitamínicos apresentam muitas vezes uma variedade de micronutrientes que podem até não ser em quantidade necessária para suprir as necessidades, daí ser mais interessante avaliar quais as carências nutricionais e se necessário suplementar especificamente.


É importante ter presente que tomar um multivitamínico não substitui uma alimentação equilibrada e variada, rica em alimentos pertencentes a todos os grupos alimentares.

Isto é ainda mais importante tendo em conta que existem outros componentes nos alimentos (como os fitoquímicos na fruta e vegetais, por exemplo) que não estão presentes nos multivitamínicos e em que a diversidade de interações que ocorrem entre todos os constituintes não se conseguem replicar num suplemento.




Para responder à questão que abre este artigo, são vários os cenários que podem ocorrer quando se toma um multivitamínico:


  • Suprimento das necessidades que levaram à toma do multivitamínico: No caso de uma dieta restritiva a suplementação com o multivitamínico pode ser interessante para suprir alguns défices nutricionais.


  • Não supre as necessidades de uma carência nutricional específica: Um multivitamínico pode não ser o suplemento indicado para suprir as necessidades de um micronutriente específico, pois a dose nele presente poderá ser insuficiente. Nessas situações é preferível suplementar com o nutriente específico que sabemos estar em défice.


  • Ultrapassar a dose diária recomendada de alguns micronutrientes: Essa dose não deve ser ultrapassada para não se incorrer no risco de uma hipervitaminose (que acontece mais facilmente com as vitaminas lipossolúveis - A, D, E e K).


  • Criação de défices nutricionais: Sim, é verdade. Uma quantidade excessiva de um nutriente pode resultar numa deficiência de outro nutriente. Por exemplo, uma ingestão ou suplementação excessiva de zinco pode causar um défice de cobre.


  • Interação com fármacos: Os suplementos podem interagir com medicamentos resultando, por vezes, na inibição da sua ação, o que se mostra prejudicial no controle de condições clínicas. Por exemplo, tomar um medicamento que reduz a coagulação do sangue e um multivitamínico que contenha vitamina K não é uma boa combinação. A vitamina K é responsável pela produção de fatores de coagulação e, portanto, diminui a eficácia desses fármacos.


  • Sintomas gastrointestinais: Tomar doses elevadas de multivitamínicos pode causar sintomas como náuseas e dores abdominais.


Todos os factores mencionados que podem decorrer após a toma de um multivitamínico reforçam a ideia de que antes de suplementar com um multivitamínico, ou qualquer tipo de suplemento na verdade, o mais indicado é consultar um profissional de saúde.






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